Sabemos que a invenção dos números, a evolução dos sistemas de numeração e o desenvolvimento da geometria não aconteceram a partir do nada; mas sim da necessidade que as pessoas sentiram de resolver problemas do cotidiano, como a troca de mercadoria, a divisão de terra, as medições .
"É importante que o aluno saiba disso, que tenha consciência de que essas invenções não devem ser atribuídas a uma única pessoa e nem a um único povo, e entenda que novos conhecimentos sempre poderão ser incorporados à Matemática. Dessa maneira, a criança irá sentir-se confiante m refletir sobre os conhecimentos já existentes, em interagir com eles e, assim, em RE-CRIAR a Matemática."(Mendes e Bressan, 1998)
É com base nestas concepções que trabalharemos com a Norma 07 - Conceitos de Operações com Números Inteiros, e com a Norma 13 - Padrões e Relações.
A proposta metodológica que se segue é a que acreditamos
ser a mais próxima da visão de aprendizagem que temos sobre
Matemática.
Para França, Bordeaux, Rubinstein, Ogliari e Miguel (1998) é fundamental acreditar que o homem é capaz de construir seu próprio conhecimento, embora necessite, nos primeiros anos de vida, da orientação dos professores e da família na organização do processo de aprendizagem. Para tanto, a escola tem como função ajudar o aluno na tarefa de estabelecer relações entre o cotidiano e a Matemática, necessitando, em primeiro lugar, observar a leitura que ele faz do mundo real. A partir dessa percepção, o professor poderá incentivá-lo a ampliar seus conhecimentos na relação com o outro (objeto, pessoa, meio). O professor, portanto, deve ter como base a experiência, o conhecimento do aluno, mas não pode se limitar a ela. Precisa ajudá-lo a estabelecer relações entre o que ele já conhece e o novo. Só assim a aprendizagem será realmente significativa.
Nessa perspectiva, as situações- problema não são atividades paralelas, que têm por finalidade apenas a aplicação de conteúdos. Servem, fundamentalmente, para orientar a aprendizagem. Na verdade, elas fornecem o contexto em que se pode aprender/construir noções, idéias e fatos matemáticos. Oferece também o desenvolvimento de atividades essenciais para a formação de um aluno criativo e crítico, uma vez que, para resolver uma situação-problema, ele precisará não apenas interpretá-la mas principalmente levantar hipóteses, buscar soluções e testar-lhes a verdade.
Ao criar situações-problema a criança terá a oportunidade de se colocar, registrando ocasiões significativas de sua vida, sentindo que suas informações e experiências são valiosas. Também perceberá que conhecimentos já domina e quais os que deve buscar para resolver a situação elaborada e registrar a solução (Mendes e Bressan, 1998)
A ludicidade também é importante pois favorece a construção de conceitos e colabora para o desenvolvimento da autonomia de raciocínio do aluno. O jogo, por si só, não basta. Questionários e análises das jogadas são procedimentos que tornam esses momentos enriquecedores, no sentido de contribuir para o desenvolvimento cognitivo e social do aluno.
Com a finalidade de aproximar a Matemática da vida do aluno, os conteúdos são apresentados de maneira integrada entre si e com outras áreas de estudo.
Pelo fato dos alunos estarem no estágio das operações
concretas ou encaminhado-se para ela, o professor poderá propor/sugerir
atividades que envolvam os próprios alunos ou o manuseio de material
concreto: material de contagem, armazenamento, dados, cola, tesoura, régua,
papel quadriculado, jogos.