Entretanto, neste modêlo considerava-se
que o Sol e a Lua descreviam órbitas circulares em tôrno
da Terra. Platão acreditava firmemente que a Terra permanecia
imóvel, mas mesmo nessa época, Heráclides ensinava
que a Terra girava em seu eixo uma vez por dia e, ainda, sugeria que
Venus e Mercúrio se moviam em órbitas circulares em
tôrno do Sol, enquanto o Sol revolvia em tôrno da Terra.
O reconhecimento do modêlo "Coperniano" foi, talvez,
primeiramente formulado por Aristarchus de Samos (310 a 23O A.C.)
que, com êste propósito, publicou a seguinte hipótese:
"As estrêlas fixas e o Sol permanecem imóveis, enquanto
a Terra se move em tôrno do Sol, descrevendo uma órbita
circular, e o Sol permanece no centro da órbita. Indubitàvelmente,
a sugestão básica para o sistema Ptolemaico originou-se
do trabalho do grande astrônomo Hipparchus, que morreu por volta
de 125 A.C. Hipparchus, contràriamente a muitos de seus predecessores
e sucessores, foi um grande observador e fêz muitas medidas
cuidadosas do movimento celeste. Observou pequenas variações
no plano da eclíptica (plano da eclíptica é o
plano da órbita da Terra.), devido à precessão
do eixo da Terra, fêz uma representação que concorda
dentro de um por cento com os valôres modernamente aceitos.
Êste movimento é tão pequeno e lento, que leva
26000 anos para um ciclo completo.
O patrimônio da ciência grega foi enriquecido pelos árabes,
após sua conquista da cidade egípcia de Alexandria,
que se tornou o principal centro do conhecimento grego no terceiro
século A. C. Durante a idade média, o sistema ptolemaico
retomou à. Europa, levada pelos árabes e acrescido de
catálogos de estrêlas, compilados pelos astrônomos
árabes.
Como assinalamos no Capítulo 3, a paralaxe deve ser perceptível
quando se observa um sistema qualquer, de um outro que possui um movimento
relativo. Copérnico estava preocupado a respeito do fato de
que êle não podia observar a paralaxe estelar; no seu
entender, a esfera das estrêlas fixas estava próxima
à. Terra. Êle não tinha, realmente, noção
das enormes distâncias envolvidas e do fato de ser a paralaxe
estelar pequena demais para ser medida por métodos simples.
Somente no ano de 1838 a paralaxe estelar foi observada, primeiramente,
pelo astrônomo germânico F. W .Bessel. Relembrando que
o maior ângulo de paralaxe já observado é 0,756
segundos de arco (para a estrêla mais próxima, Alfa do
Centauro) fàcilmente justifica-se por que o efeito foi ignorado
por tanto tempo. A noção correta da enorme distância
entre as estrêlas e a Terra foi provàvelmente proposta,
de início, por Giordano Bruno no século XV. (Veja Figura
3-5).
A descrição do movimento planetário e a equivalência
das diferentes descrições (geocêntricas, heliocêntricas,
etc) são grandemente auxiliadas pelo uso de vetores. A figura
abaixo mostra os raios vetores do Sol à Terra e do Sol a Marte.
Os eixos são fixos, relativamente às estrêlas.
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É uma boa aproximação dizer que os planêtas
se movem em círculos ao redor do Sol, com velocidades de módulos
constantes (mas diferentes entre si). Então, em nosso diagrama,
os dois raios vetores do Sol,
para a Terra
para Marte, giram simplesmente em tôrno do Sol, sem variar o
comprimento. Êste é o ponto de vista de Copérnico.
Para localizar um planêta tal como Marte, relativamente à
Terra, simplesmente observamos que
=
+ ;
ou
=
- .
O vetor
varia com o movimento dos dois planêtas, como se a Terra e Marte
estivessem cada um, ligados a uma mesa giratória, com o Sol
no centro de articulação das mesas. Tal modêlo
mecânico poderia ser feito, fàcilmente, com duas réguas
e um prego. Observa que o vetor do Sol à Terra deve realizar
uma revolução em um ano, relativamente ao sistema de
referência, e que o vetor Sol a Marte deve realizar uma revolução
em um ano marciano (687 dias).
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