4. Considerar (como sabemos agora!) que para satélites
da Terra há também uma relação R3/T2
= Kt. Portanto, para qualquer objeto no campo gravitacional
da Terra, a fôrça que atua deve ser: F = 4 2Kt
m/R2.
5. Na superfície da Terra, Fsuperfície =
mg, logo, g = 4 2Kt
/R2 superfície; conhecendo g e Rsuperfície,
Kt pode ser determinado.
6. Uma vez estabelecido o valor para Kt e conhecendo o
raio, RL da órbita da Lua em tôrno da Terra,
sua aceleração, aL (ou seu período,
TL) podem ser calculados e comparados aos valôres
observados. Verifica-se uma boa concordância dentro dos erros
inerentes à observação.
7. Resta estabelecer uma relação entre Ks,
Kt e a constante similar que possa ser aplicada a outras
fontes de atração gravitacional. A simetria sugere tentar
Ks = Gms, Kt = Gmt, etc,
onde G é a constante universal que descreve a intensidade da
interação gravitacional. Isto fornece a fôrça
gravitacional, F = Gmtm2/R2, uma
lei que tem sido até agora verificada por uma grande quantidade
de observações.
FILMES. "Universal Gravitation" refere-se diretamente
às principais idéias que conduzem ao conceito da gravitação
universal. "Elliptic Orbits" apresenta uma interessante
demonstração de como a lei do inverso do quadrado da
fôrça pode ser deduzida de uma órbita elíptica.
COMENTÁRIOS. Talvez seja interessante para você
ter em mente, de modo claro, o papel representado por cada lei de
Kepler. Seus significados podem ser descritos como se seguem:
1) A observação de que áreas iguais são
varridas em tempos iguais por uma linha radial, que liga o planêta
a um ponto no espaço, pode ser interpretada como uma prova
de que a fôrça atuante é uma "fôrça
central" - isto é, uma fôrça cuja origem
é um ponto fixo no espaço, e cuja ação
está dirigida para êsse ponto ou afastando-se dêle.
(Observe que isto é igualmente verdadeiro para o movimento
planetário sob a lei do inverso do quadrado, e para o movimlento
do pêndulo da Experiência III-7, onde o movimento é
harmônico simples e a fôrça é proporcional
à primeira potência do deslocamento).
2) A análise da observação de que qualquer órbita
simples é elíptica, com o centro de fôrça
em um dos focos da elipse, fornece a prova de que a fôrça
atuante depende do inverso do quadrado da distância. (Observe
que, na Experiência III-7, o centro de fôrça é
o centro da elipse, não um de seus focos. Isto está
diretamente de acôrdo com a primeira potência e não
com a lei do inverso do quadrado da fôrça). Uma demonstração
de que a lei do inverso do quadrado da fôrça obedece
a uma órbita elíptica é feita no filme "Elliptic
Orbits".
Deve-se observar que, para a órbita circular, o centro da órbita
e os focos da elipse degenerada coincidem. Entretanto, nenhuma conclusão
pode ser tirada sôbre a lei da fôrça, neste caso.
Uma outra maneira de observar isto, é verificar que a órbita
circular mostra somente uma distância radial. Portanto, não
seria possível esperar informações sôbre
a dependência entre a distância e a fôrça
em questão.
3) A terceira observação de Kepler sintetiza a sua terceira
lei: para cada planêta, a razão R3 /T2
tem o mesmo valor. Esta observação pode ser empregada
de vários modos, dependendo da estrutura lógica que
está sendo desenvolvida.
No nível colegial, é impossível analisar as órbitas
elípticas. Contudo, o texto assinala o fato de que a elipticidade
é frequentemente pequena e, por esta razão, aproxima
cada órbita de um círculo, com raio igual ao raio médio
da verdadeira elipse. Com esta aproximação, é
impossível, a partir da órbita de um único planêta,
deduzir algo sôbre a dependência da distância à
fôrça atuante. Todavia, sob a suposição
de que todos os planêtas são atraídos para o Sol,
por fôrças que são diretamente proporcionais às
suas massas (a equivalência entre a massa gravitacional e a
inercial), a lei do inverso do quadrado pode ser deduzida a partir
da constância de R3 /T2 . Neste desenvolvimento,
outra evidência é aceita, como prova da equivalência
das massas inercial e gravitacional. Esta equivalência serve,
com efeito, para normalizar o comportamento de vários planêtas,
dentro de um único campo de fôrça. Logo, R3
/T2 = K identifica a dependência da distância
dês te campo de fôrça.
Por outro lado, se as órbitas elípticas são acuradamente
observadas e analisadas, qualquer uma delas é suficiente para
fornecer a prova da lei do inverso do quadrado, dentro da escala
de distância exemplificada pela órbita. Se esta evidência
fôr aceita na sua generalidade, como prova da lei do inverso
do quadrado, R3 /T2 = K serve como evidência
de que a razão entre a massa inercial e a gravitacional é
a mesma para todos os planêtas.
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