Na Fig. 22-6 mostramos as órbitas simples seguidas pela Terra e pelos planêtas quando se movem em torno do Sol, segundo Copérnico.

Copérnico justificou sua hipótese de que a Terra se movia dizendo: "E, embora me parecesse uma opinião absurda, como eu sabia que outros, antes de mim, haviam tido a liberdade de supor quaisquer círculos que quizessem para demonstrar as observações concernentes aos corpos celestes, eu considerei que também a mim seria permitido tentar descobrir demonstrações mais seguras das revoluções dos corpos celestes, supondo algum movimento da Terra... Verifiquei, depois de muitas e longas observações, que, se os movimentos dos outros planêtas fossem adicionados ao movimento da Terra... não somente o comportamento aparente dos outros seguir-se-ia disto, como também o sistema relacionaria as ordens e tamanhos dos planêtas e suas órbitas e de todo o céu, de tal maneira que nenhum aspecto isolado poderia ser alterado sem confusão entre as outras partes e em todo o Universo. Por esta razão...seguí êste sistema".

  O sistema de Copérnico também incluía uma grande esfera imóvel, na qual estavam localizadas as estrêlas fixas. Diz êle a respeito disso: ...A primeira e mais alta de tôdas as esferas é a esfera das estrêlas fixas. Ela contém tôdas as outras e é auto-contida; está imóvel; é certamente a porção do Universo em relação à qual o movimento e as posições de todos os outros corpos celestes devem ser considerados. Todavia, se algumas pessoas são de opinião que esta esfera se move, nós somos de opinião contrária;..."
22 - 6 - As órbitas dos planetas de acordo com o sistema planetário de Copérnico.  
Depois, descrevendo as esferas planetárias e seus períodos de rotação em que a Terra aparece como um dos seis planêtas, enquanto a Lua é designada claramente como um satélite da Terra, êle concluia: "No meio de
tudo, o Sol repousa imóvel. Com efeito, quem colocaria, neste templo de máxima beleza, o doador de luz em qualquer outro lugar que não
aquêle de onde êle pode iluminar tôdas as outras partes? ..."


22 - 3. Objeções à Teoria de Copérnico.

Deve ficar bem claro que a fim de conseguir suas órbitas simplificadas, Copérnico foi obrigado a desprezar todo o quadro do Universo construido desde a época de Aristóteles. A questão de saber se a Terra se movia ou não era muito séria. Tôda a cosmologia e a Física medieval estavam baseadas na idéia de que a Terra estivesse em repouso no centro do Universo. Em parte esta crença estava baseada na convicção íntima do homem de que a Terra deve estar no centro das coisas. Mas, além disso, parecia haver boa evidência da posição especial da Terra. De fato, se a Terra se move, o que é que a empurra, e por que êste movimento não é sentido? Ou, tomando outro exemplo, por que as pedras caem para a Terra, se ela não é o centro do Universo?

Copérnico previa muitas críticas, e retardou a publicação de seu livro tanto tempo que viu seu primeiro exemplar no dia de sua morte. Antecipando muitas das objeções, procurou respondê-las de antemão. Ao argumento de que a Terra, girando tão ràpidamente em tôrno do próprio eixo, seguramente rebentaria, como uma roda impelida com demasiada velocidade, êle respondia: "Por que o autor da teoria geocêntrica não teme o mesmo fato para sua esfera celeste girante - tão mais rápida porque tão maior?" Ao argumento de que os pássaros em vôo seriam deixados para trás pela Terra em movimento rápido, Copérnico respondia que a atmosfera é arrastada juntamente com a Terra.

Havia, realmente, muitos argumentos e contra-argumetnos. A teoria coperniciana foi denunciada como "falsa e totalmente oposta às sagradas Escrituras".



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