Prof. Dr. Manoel Oriosvaldo de Moura
NORMAS
para o Currículo e a
Avaliação em Matemática Escolar
(tradução portuguesa
dos Standards do National
Council of Teachers of Mathematics
- USA)
NORMA 11 - Estatística e Probabilidades
Alunas: Jacinta Monteiro
da Fonseca Andrade
Maria Isabel d'Andrade de Sousa Moniz
DATA: Novembro de 1999
RESUMO:
Qual o sentido de ensinarmos estatística e probabilidade nas primeiras séries do ensino fundamental ? Dentre as várias competências relacionadas a esses conteúdos, quais devem ser mais enfatizadas nestas séries ?
As "Normas para o Currículo e Avaliação em Matemática"
foram
elaboradas com a finalidade de colaborar com a melhoria do ensino de Matemática
e de sua avaliação nas diferentes etapas escolares (k-12),
tendo em vista o objetivo de que o aluno seja "matematicamente alfabetizado"(introdução,
p.1) no mundo atual.
De acordo com a Norma 11 deste documento, no momento histórico
em que vivemos, em que a informação é essencial em
nossa sociedade, a capacidade de lidar com dados (reunir informações,
organizá-las, compreendê-las, tomar decisões, fazer
previsões) tem importância crescente.
Para as crianças, estes conteúdos podem representar aplicações significativas da Matemática em situações reais, possibilitando a análise de informações, a tomada de decisões, o estabelecimento de relações, elaboração de questões. Ou seja, os alunos podem colocar em ação seu espírito de investigação e exploração para formular e resolver situações-problema bastante variadas, alargando sua visão da Matemática e a compreensão de sua utilidade em situações reais.
Dentre os conteúdos matemáticos, a estatística e a probabilidade desenvolvem habilidades como uso de números, realização de medidas, estimativas e a resolução de problemas.
Porém, a curiosidade das crianças, muitas vezes expressa através de perguntas acerca do mundo físico, também pode desencadear interessantes pesquisas, com a coleta e análise de dados sobre tudo o que nos cerca. Assim, por exemplo, podem comparar quanto chove em sua cidade e em outras cidades do mundo ou comparar o crescimento de dois ou mais tipos diferentes de plantas. Por isso, a estatística e a probabilidade podem ser elos de ligação com conteúdos de outras áreas, como Geografia e Ciências, além de permitir exercícios de comunicação oral, com a descrição e discussão de suas conclusões. Posteriormente, as atividades podem incluir a informática para a realização de gráficos e explorações.
A estatística deve ser apresentada para as crianças como uma ferramenta para compreensão do mundo que nos rodeia, através da formulação e resolução de problemas, e não como atividade de leitura e interpretação de gráficos sem sentido para elas.
Os primeiros gráficos construídos com as crianças, no início de sua escolaridade, deverão ter como suporte objetos reais, usando-se nos registros a unidade (1) como escala. Mais tarde, podem-se usar gráficos pictóricos e simbólicos, além de escalas com outras unidades (2, 5, 10).
Os problemas que propomos às crianças devem ser práticos, correspondendo aos seus interesses e realidade. Por exemplo: Qual o sabor de sorvete preferido pelos alunos de nossa classe? Qual a fruta de que mais gostam? Quais os animais de estimação preferidos? Quantos aniversariantes temos em cada mês?
Assim como a estatística, a exploração de situações
do acaso e probabilidades deve ter caráter investigativo e pode
acontecer a partir de jogos. Sempre partindo do manuseio de materiais concretos,
os alunos poderão fazer previsões para saber o que é
mais provável ocorrer. Após a realização de
um jogo, pode-se propor discussões, resolução de problemas
e análise dos eventos certos, possíveis, pouco prováveis,
etc.
ANÁLISE CRÍTICA:
Esta norma propõe o ensino de estatística e probabilidade, temas que ainda têm presença tímida nos livros didáticos atuais utilizados no Brasil e mais tímida ainda nas salas de aula das primeiras séries do ensino fundamental.
É uma pena, pois além de representar uma necessidade do mundo atual, permite propostas lúdicas, como pesquisas e jogos, que sempre despertam o interesse das crianças e podem constituir-se em experiências significativas.
Além disso, apesar de não ser conteúdo ensinado intencionalmente nas escolas, os dados estatísticos e gráficos aparecem constantemente em materiais usados em sala de aula, como notícias de jornais e textos informativos sobre outras áreas (por exemplo, índices de analfabetismo em outras regiões brasileiras, distribuição quantitativa dos animais segundo sua classificação, etc.). Nesse sentido, capacitar os alunos a lidarem com as informações dessa forma apresentadas (construindo ou interpretando dados estatísticos) constituiria numa importante contribuição para sua formação como cidadão integrado e atuante em seu momento histórico. De acordo com alguns autores, como Luiz Roberto Dante (“Vivência e Construção - Matemática 3”, da editora Ática), esses assuntos fazem parte de uma “alfabetização matemática”. Este autor, inclusive, propõe algumas atividades relacionadas à estatística e probabilidade nos livros didáticos de sua autoria.
A noção de probabilidade, por exemplo, torna-se evidente
nos meios de comunicação nos momentos de “Mega-Sena” acumulada
(ou outros jogos de loteria) em que se calculam as chances de uma
pessoa ficar rica. Mas aparece também em muitos dos jogos realizados
pelas crianças, quando alguns acontecimentos são considerados
“sorte”. Quando precisam ganhar um jogo, por exemplo, pensam “quais são
suas chances”, em termos de uma maior ou menor possibilidade de tirarem
um determinado número nos dados.
ALGUMAS ATIVIDADES:
1. Como os alunos da primeira série
vêm para a escola?
2. Personagens para nosso livro de contos
3. Escolha de um mascote para a classe