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GEPPEP NA PANDEMIA
Depois, bem ais tarde eu escrevi este verso: Com pedaços de mim eu monto um ser atônito. Agora me indago se esse verso não veo da peraltagem do menno. Agora quem estáatônto sou eu.
Manoel de Barros. Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2008, p. 73
- Pronto. Vejamos, manita... O que acontece com você que já não pega tantos livros?
- Alina sorriu.
- Muitas coisas. Coisas que não param de passar pela minha cabeça.
Samanta Schweblin. Kentukis. São Paulo: Fósforo, 2021, p. 130
O atributo cultural, acrescido do restritivo de classe, não esgota a compreensão do termo identidade. No fundo, mulheres e homens nos tornamos seres especiais e singulares Paulo Freire. Professora sim, tia não. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019, p. 93.
[...] ler, estudar, é um trabalho paciente, desafiador, persistente. Não é tarefa para gente demasiado apressada ou pouco humilde que, em lugar de assumir suas deficiências, as transfere para o autor ou autora do livro, considerado como impossível de ser estudado. Paulo Freire. Professora sim, tia não. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2019, p. 66.
Agora, o discurso ocupa uma posição mais importante, e sua essência mudou. Dirigido a todos, não apenas a representantes do povo, precisa ser compreensível a todos, isto é, precisa ser mais popular. O que é mais popular é mais concreto. Quanto mais o discurso se dirige aos sentimentos, quanto menos se dirige ao intelecto, mais popular ele é. Quando deliberadamente começa a deixar de lado a inteligência, entorpecendo-a, ultrapassa a fronteira e se transforma em demagogia ou sedução. Victor Klemperer. A Linguagem do Terceiro Reich. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009, p. 103.
Fala-se muito em extirpar a mentalidade fascista, e muita coisa vem sendo feita nesse sentido. Os criminosos de guerra estão sendo julgados, os pequenos são afastados de cargos, livros nacional-socialistas estão sendo retirados de circulação [...]. Mas a linguagem do Terceiro Reich sobrevive em muitas expressões típicas, a tal ponto impregnadas que parecem ter-se tornado permanentes na língua alemã. [...]
Victor Klemperer. A Linguagem do Terceiro Reich. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009, p. 54.
A margem explicita as normas e valores que regem os espaços e os comportamentos: diferentemente do que é conforme, comum, habitual, majoritário, ela revela os desvios construídos ou sofridos e, em última instância, propõe uma compreensão melhor dos sistemas centrais e dominantes.
Étienne Grésillon; Frédéric Alexandre; Betrand Sajoli et alii. La France des Marges. Malakoff, Fr: Armand Colin. 2016, p. 17. A tradução é nossa.
[...] o professor não tem aqui outra atividade senão a de pesquisar e de falar — eu diria prazerosamente de sonhar alto sua pesquisa — não de julgar, de escolher, de promover, de sujeitar-se a um saber dirigido: privilégio enorme, quase injusto, num momento em que o ensino das letras está dilacerado até o cansaço, entre as pressões da demanda tecnocrática e o desejo revolucionário de seus estudantes." Roland Barthes. Aula: aula inaugural da cadeira de semiologia literaria do Colégio de França, pronunciada dia 7 de janeiro de 1977. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 2007, p. 9-10.
É imensa a distância entre o livro impresso e o livro lido, entre o livro lido e o livro compreendido, assimilado, sabido!
Gaston Bachelard. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996, p. 10.
Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído. Gaston Bachelard. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996, p. 18.
Mas agora, através de meu mais difícil espanto - estou enfim caminhando em direção ao caminho inverso. Caminho em direção à destruição do que construi caminho para a despersonalização. Clarice Lispector. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1975, p. 95.
As pessoas tomam a forma das canções e das histórias que as cercam, ainda mais quando não têm sua própria canção. Neil Gaiman. Os filhos de Ananci. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015, p. 236.
Quando alguém se deixa parasitar por uma curiosidade maior do que tudo mais, sua mudança de posição é visível: ele deixa de se representar discursivamente como uma vítima impotente e passa a incluir as consequências de seus atos ao decidir o que fazer. Claudia Riolfi. A língua espraiada. São Paulo: Mercado de Letras, 2015, p.319.
É preciso então quebrar o vidro, ou antes o espelho, a reflexão, a especulação infinita do discípulo sobre o mestre. E começar a falar. Jacques Derrida. A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 2001. p.44
Falar mete-me medo porque, nunca dizendo o suficiente, sempre digo também o demasiado. Jacques Derrida. A escritura e a diferença. São Paulo: Perspectiva, 2001. p.10
E que quando escrevo que descubro alguma coisa. Jacques Lacan. O Seminário. Livro 19. ... ou pior. Rio de Janeiro: Zahar, 2012. P.24
A escrita me interessa, posto que penso que é por meio desses pedacinhos de escrita que, historicamente, entramos no real, a saber, que paramos de imaginar. Jacques Lacan. O Seminário, livro 23: O sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. P.66.
Só se é responsável na medida de seu savoir-faire. Jacques Lacan. O Seminário, livro 23: O sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. P.59.
O conhecimento, portanto, desde o início, mostra o que ele é – enganoso. É justamente por isso que tudo deve ser retomado desde o início a partir da opacidade sexual. Jacques Lacan. O Seminário, livro 23: O sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. P.62.
Essa história humana verdadeira, que se inicia recentemente, é a história do reino da liberdade, inteiramente novo. No seu conteúdo imprevisível, confiamos em encontrar o novo homem. Hans Jonas. O princípio responsabilidade. Ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC - Rio, 2006. Pp.227-353.
Por nossa posição de sujeito, sempre somos responsáveis. Jacques Lacan. A ciência e a verdade. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p.873
O menino era ligado em despropósitos. Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos. A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio. Falava que os vazios são maiores e até infinitos. Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito porque gostava de carregar água na peneira Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira. Manoel de Barros. O menino que carregava água na peneira. In: Exercícios de ser criança. São Paulo: Salamandra, 1999.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. Carlos Drummond de Andrade. A flor e a náusea. In: A Rosa do Povo. São Paulo: José Olympio, 1945.
E carecia optar. Cada um optou conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia. Carlos Drummond de Andrade. A Verdade Dividida. In. Contos Plausíveis: José Olympio, 1985
O que se repete, sabe-se desde Saussure, são diferenças, isto é, relações, o que Saussure nomeia por significante. Paul Henry. p. 163 de A Ferramenta Imperfeita. Lingua, Sujeito e Discurso. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1992.
O que é, então, interpretar a transferência? Nada além de preencher com um engodo o vazio desse ponto morto. Mas esse engodo é útil, pois, mesmo enganador, reativa o processo. Jacques Lacan. p. 224 e 225 de Intervenção sobre a transferência. In: Escritos. São Paulo: Perspectiva, 1978.
Mas, o que há, enfim, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente? Onde, afinal, está o perigo? Michel Foucault. p. 8 de A ordem do discurso (1970). São Paulo: Edições Loyola, 2008.
Fazer com que o jogo volte à sua vocação puramente profana é uma tarefa política. Giorgio Agamben. p. 68 de Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.
(...) O que é verdadeiro para o artista renomado não será aliás o fundamento de cada um, no instante em que, confrontado com à mesma antecedência, ele permanece como uma espécie de passageiro clandestino de sua própria existência, tanto que não a revelou em seus atos? Gérard Pommier O desenlace de uma análise. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1990.
Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? Isto acima de tudo: pergunte a si mesmo na hora mais tranqüila de sua noite: "Sou mesmo forçado a escrever?” Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sou", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. Rainer Maria Rilke Cartas a um jovem poeta. Editora Globo. Rio de Janeiro, 1995.
Mas Atreiú tinha sido criado por todos os homens e todas as mulheres e era o "filho de todos", enquanto ele, Bastian, no fundo não tinha ninguém. . . Era um "filho de ninguém" Michael Ende p. 34 de A história sem fim. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
O que digo do inconsciente tem ou não maior alcance do que esperar que o afeto, tal como goiaba madura, lhes caia na boca, adequada? Jacques Lacan p. 42 de Televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993.
Em outras palavras, o sujeito é dividido pela linguagem como em toda parte, mas um de seus registros pode satisfazer-se com a referência à escrita, e o outro, com a fala. Jacques Lacan p. 24 de Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003
"Como, pois, encontrar o próximo? O único caminho é fazer-se suficientemente próximo de seu próprio gozo, mediante o assentimento nesse vazio central em seu cerne..." Philippe Julien p. 54 de O estranho gozo do próximo. Ética e psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 1996.
O estilo, como o luto, não se transmite. É preciso passar por ele. Sozinho, consigo mesmo, em pessoa. Michel Schneider Página 439 de Ladrões de palavras. Ensaio sobre o plágio, a psicanálise e o pensamento. Campinas: Editora da Unicamp, 1990.
Essa escrita negada, filha de muitos, sempre em movimento, invadiu
o planeta quase inteiro, e insiste por toda a parte onde ela ainda não foi reconhecida. Teve ela outro destino que essa propagação constante? Conheceu ela outra lei que essa
passagem de fronteira que é a sua regra, a qual cada um deve se submeter a cada vez que quer escrever? Gérard Pommier Página 191 de Naissance et renaissance de l'écriture. Paris: Presses Universitaires de France, 1993.(Tradução Livre)
O que o discurso analítico nos traz (...) é que falar de amor é, em si mesmo, um gozo. Jacques Lacan Página 112 do O Seminário XX. Mais, ainda.
... o que escreve se enuncia ao escrever e, no interior de sua escrita, ele faz os indivíduos se enunciarem. Émile BENVENISTE, 1970 Página 90 do Problemas de Lingüística Geral II. Campinas, São Paulo: Pontes, 1989.
Quando ignoramos a cultura, os aviões caem. Malcon Gladwell p. 207 de Fora de série. Outliers. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2008
Nesse sentido, a escrita é um tipo de reconhecimento do pai, e ela tem também, de partida, um sentido sagrado. Gérard Pommier p. 19 do É possível falar de um desejo “primitivo” de escrever? em Estilos da Clínica Ano XIII número 24. 1º semestre, 2008 pp14-23
...podemos estar convencidos durante muito tempo - anos talvez - de que queremos alguma coisa, se soubermos que nosso desejo é irrealizável. Porém, se de súbito nos vemos diante da possibilidade de este desejo ideal se transformar em realidade, passamos a desejar apenas uma coisa: nunca tê-lo desejado.
Michael Ende p. 172 de A História sem fim. Martins Fontes, 1985.
isso de querer ser extamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além
Paulo Leminsk Incenso Fosse Música, 1944-1989, in "Distraído Venceremos" Ed. Brasiliense, 1987
Quando a hora chega, as crianças não inventam, por si próprias, a chave da escrita?
Gérard Pommier Página 7 de Naissance et renaissance de l'écriture. Paris: Presses Universitaires de France, 1993.(Tradução Livre)
A forma mais atual de criatividade – a criatividade coletiva a que concorrem pessoas dotadas acima de tudo de capacidade de fantasiar e pessoas dotadas acima de tudo de concretude – não é menos genial, menos inspirada ou menos divina do que a forma romântica de criatividade solitária.
Domenico de Masi Página 150 do Volume 2 de Criatividade e Grupos Criativos: Fantasia e Concretude. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
Mas "motivar para a escrita" é muito diferente de ajudar os jovens a envolverem-se profunda e pessoalmente com sua escrita
Lucy Calkins Página 17 de A Arte de Ensinar a Escrever, Art Med, 1989
Se não se compreende Aristóteles tão facilmente, em razão da distância que nos separa dele, aí é que está mesmo o que me justificaria, quanto a mim, dizer que ler não nos obriga de modo algum a compreender. É preciso ler primeiro.
Jacques Lacan Lição de 20 de fevereiro de 1973.
Com efeito, vocês fazem bem em tomar notas, eu vejo que isso é bastante difundido. O único interesse do escrito é que, após, vocês têm que se situar com relação a ele.
Jacques Lacan Página 147 da edição francesa da lição de 09 de junho de 1971. (Tradução livre)
O fato de que o sujeito revive, rememora, os eventos formadores da sua existência, não é tão importante. O que conta é o que ele disso reconstrói. O de que se trata é menos lembrar do que reescrever a história
Sigmund Freud Páginas 21/22 da edição brasileira de Construções em Análise (1934).
> Rio de janeiro, Imago.
Segue esse princípio. Não deixes escapar nenhuma oportunidade. Os cinco elementos não se encontram sempre juntos, tampouco são igualmente puros. As quatro estações não se sucedem da mesma maneira a cada ano. O alvorecer e o poente não estão sempre no mesmo ponto do horizonte. Alguns dias são longos; outros, curtos. A lua cresce e decresce e nem sempre é brilhante. Um exército bem comandado e bem disciplinado imita todas essas variedades, apresentando-se multifacetado, em função das circunstâncias e dos inimigos.
Sun Tzu Página 68 de A arte da guerra. Porto Alegre: LP&M, 2001.
Há aí algo absolutamente notável, e que seria paradoxal se, para aceder a isso, não tivéssemos a percepção do sentido que isso pode ter no registro da palavra, que eu procuro aqui promover como sendo necessário à compreensão da nossa experiência. Direi – afinal de contas, o de que se trata é menos lembrar do que reescrever a história.
Falo a vocês do que há em Freud. Isso não quer dizer que ele tenha razão, mas essa trama é permanente, continuamente subjacente ao desenvolvimento do seu pensamento. Ele nunca abandonou algo que só se pode formular da maneira que eu acabo de dizer – reescrever a história – fórmula que permite situar as diversas indicações que ele dá a propósito dos pequenos detalhes nos relatos em análise.
Jacques Lacan Página 23 de O Seminário. Livro 1. Os escritos técnicos de Freud. Rio de janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986
Existe, no começo da escrita, essa separação (essa separação é a condição de possibilidade do que acaba de ser designado como “retomada”) entre o material que vai servir à escrita e a linguagem cuja estrutura, desconhecida, está, no entanto, atuante no blábláblá cotidiano; assim, certos termos da linguagem nomeiam os objetos que alguns dos elementos do material figuram pictograficamente. Linguagem, objetos e signos, três pólos de uma espécie de balé. Jean Allouch Página 137/138 de Letra a Letra- transcrever, traduzir, transliterar. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 1995
Todos sabem que eu sempre termino meu Seminário galopando porque, talvez, eu tenha previamente me arrastado, me alongado um pouco demais. Alguns me apontam isso. O que vocês querem? A cada qual, seu ritmo. É desse modo que faço amor.
Jacques Lacan, 1956 Página 50 da edição francesa da lição de 10 de fevereiro de 1971. (Tradução livre)
A angústia, portanto, é um termo intermediário entre o gozo e o desejo, uma vez que é depois que é superada a angústia, e fundamentado no tempo da angústia que o desejo se constitui. Jacques Lacan, 1956 Página 193 da edição brasileira da lição de 13 de março de 1963.
A Suficiência portanto se situa em si própria para além de toda prova. Ela não tem que ser suficiente para nada, posto que ela se basta.
Para se transmitir, na falta de dispor da lei do sangue que implica a geração, ou mesmo da adoção que supõe a aliança, resta-lhe a via da reprodução imaginária que por um modo de fac-símile análogo à impressão, permite, se se pode dizer, a tiragem de um certo número de exemplares, em que o único se pluraliza.
Jacques Lacan, 1956 Página 207 da edição brasileira dos Escritos (1978).
Teríamos que esperar até o dia seguinte por aqueles que quisessem seguir conosco. Nesse meio tempo, teríamos tempo para traçar planos e decidir que rumo tomar (...).
Sim, o novo mundo que eu via brotar em meu peito era inverso ao FÊNIX. Nele, todos os homens aprenderiam a conhecer a terra e os povos. E o conhecimento, que é a forma mais pura de amor, pois significa o amor à própria vida, seria a marca original de cada novo ser que nascesse.
Marco Túlio Costa Páginas 166-167 do O canto da Ave Maldita.
Ser responsável efetivamente por alguém ou por qualquer coisa em certas circunstâncias (mesmo que não assuma nem reconheça tal responsabilidade) é tão inseparável da existência do homem quanto o fato de que ele seja genericamente capaz de responsabilidade – da mesma maneira que lhe é inalienável a sua natureza falante, característica fundamental para a sua definição, caso alguém deseje empreender essa duvidosa tarefa Hans Jonas Página 176 da edição brasileira de O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica.
Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar. Sigmund Freud Página 63 da edição brasileira de O Futuro de uma ilusão (1927)
Holmes não estudava medicina. (...). Ainda assim, sua dedicação a determinados estudos era notável e, dentro de limites excêntricos, seu conhecimento era tão amplo e minucioso que seus comentários muito me espantavam. Com certeza, nenhum homem estudaria tanto para obter informações tão definidas se não tivesse um objetivo preciso. Leitores sem método raramente dedicam-se a um aprendizado específico. Nenhum homem carrega sua mente com tais minúcias a menos que tenha uma boa razão.
Arthur Conan Doyle Página 18 da versão brasileira de “Um estudo em vermelho”.
O verdadeiro objeto buscado pelo neurótico é uma demanda que ele quer que lhe seja feita. Ele quer que lhe façam súplicas. A única coisa que ele não quer é pagar o preço.
Jacques Lacan
Página 62 da versão brasileira da transcrição da aula proferida em 05/12/1962.
Pesquisa-dor é aquele sujeito que, mais longe o possível das amarras que lhe impõem os diversos
ideais, mergulha - implicado em todo seu corpo - na tarefa única e, de resto, para cada um absolutamente singular, de pesquisar a dor específica de sua existência.
Claudia Riolfi
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