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XVI Workshop Produção Escrita e Psicanálise: Quem ousa ensinar?
28 e 29 de outubro de 2020
O sofrer nos ameaça a partir de três lados: do próprio corpo, que, fadado ao declínio e à dissolução, não pode sequer dispensar a dor e o medo, como sinais de advertência; do mundo externo, que pode se abater sobre nós com forças poderosíssimas, inexoráveis, destruidoras; e, por fim, das relações com os outros seres humanos. (Sigmund Freud, 1930, p. 21)
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É preciso ousar, aprender a ousar, para dizer não à burocratização da mente a que nos expomos diariamente.
Paulo Freire, p. 29¹
Após o término de sua experiência na condução da Secretaria de Educação na cidade de São Paulo, em 1991, Paulo Freire escreveu Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar, cuja primeira edição é de 1993. A temática geral do livro são as condições para a construção de uma escola democrática e popular.
Abrangem dez diferentes assuntos, mais ou menos ligados às temáticas mais classicamente associadas ao ler e ao escrever, tais como: a leitura do mundo; o medo; a identidade cultural; as virtudes do educador democrático; a escolha profissional da carreira docente...
Os dez textos, endereçados aos professores, tinham como objetivo convocar o interlocutor na luta contra a redução de sua condição, redução esta que, fazendo o educador pensar que exerce seu ofício por consequência de um fardo e não por escolha, lhe tira a ousadia necessária para sustentar o ato educativo.
Quase trinta anos depois, os membros do Grupo de Estudos e Pesquisa Produção Escrita e Psicanálise – GEPPEP, avaliam que as diligências a favor da construção de uma escola democrática e popular, na qual os professores tenham a audácia de continuar a criar modos de ensinar mesmo em condições adversas está longe de estar concluída.
Por este motivo, na XVI Workshop Produção Escrita e Psicanálise: Quem ousa ensinar?, resolveram somar suas vozes à de Paulo Freire, produzindo cartas dirigidas a diferentes interlocutores, sempre inspiradas na discussão freireana.
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