MOVIMENTOS DE DEZESCRITA
O neologismo Dezescrita
nomeia uma modalidade de leitura e de escrita na qual, na produção
intelectual, seu autor não se limita a obedecer, irrefletidamente, a
direção interpretativa presente nos textos que tomou como objeto de
estudo. Tem três acepções: 1) A de reversão de um processo já concluído. Neste caso, apontamos
para a necessidade de desfazer as construções intelectuais previamente
feitas para construir algo novo; 2) A de pluralidade. Nesta acepção, pela presença do numeral “dez”,
aludimos ao fato de que os modos singulares de agenciar múltiplas vozes
devem ser respeitados; e 3) A de avaliação positiva. Aqui, lembramos a nota “dez” que se dá a um
texto considerado muito bem feito, acima da média, fruto do trabalho de
um autor que, costumeiramente, consegue sustentar sua excelência.
Dezescrita aponta, portanto, para a importância de dezescrever as
ficções sobre as quais alguém se ancora, dividido em múltiplas posições
identitárias, e, consequentemente, não ultrapassando um nível de
leitura multifacetada, incompleta, difícil de ser apreendida e de uma
escrita opaca, pouco generosa com o leitor. Como solucionar isso?
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FRANÇAIS
Eixos investigativos:
1. Matizes e movimentos da circulação de ideias
2. Estudo diacrônico da apropriação de ideias na produção intelectual
3. Marcas que velam e desvelam enunciadores
4. Intervenções de terceiros em textos escritos
5. Letras que não se escrevem: impasses na leitura e escrita
6. Corpo, letra, significante